
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Como parte do acordo de delação premiada homologado junto à Polícia Federal (PF), o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid, apontou a participação de empresários e do deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ) em um plano golpista para evitar a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Conforme Paulo Cappelli no portal Metrópole, o tenente-coronel relatou à PF que em novembro de 2022, os bolsonaristas Luciano Hang, dono da Havan, e Meyer Nigri, fundador da Tecnisa, pressionaram Bolsonaro a pedir que o Ministério da Defesa produzisse um relatório “mais duro” apontando irregularidades no processo eleitoral, com o objetivo de “virar o jogo”.
Segundo a Veja, Cid afirmou também que Pazuello integrou um grupo de radicais que defendeu um golpe de Estado. Em mensagens encontradas no celular do ajudante de ordens, ele relata ao então comandante do Exército, general Freire Gomes, que Bolsonaro teria desistido de “qualquer ação mais contundente”, mas que teria mudado de ideia após conversas com bolsonaristas.
Segundo o ex-ajudante de ordens, Pazuello conversou com o ex-presidente para “dar sugestões e ideias de como ele poderia, de alguma forma, tocar o artigo 142”. “O diálogo já demonstra uma atuação do deputado federal Eduardo Pazuello no sentido de propor uma ruptura constitucional, com fundamento em uma interpretação anômala do artigo 142 da Constituição. Nesse sentido, o colaborador Mauro Cid afirmou, em acordo de colaboração, que o general Pazuello integraria o grupo de radicais que queriam reverter o resultado das eleições”, diz a PF.