sábado, 12 de novembro de 2022

Governo de Jerônimo estuda oferecer secretaria ao PSOL; partido avalia questão


Foto: Divulgação

O futuro do PSOL na Bahia será colocado em pauta neste domingo (12), durante uma reunião da executiva estadual da sigla. O principal objetivo do encontro é discutir a possibilidade de o partido integrar o próximo governo de Jerônimo Rodrigues no Estado. Em comunicado enviado à imprensa, o PSOL ressalta que só vai se posicionar após "deliberação das instâncias partidárias". Apesar disso, fontes ligadas ao partido informaram ao Bahia Notícias que há "chances reais" da composição ser concretizada.

 

De acordo com os interlocutores, a reunião de domingo será justamente para iniciar o alinhamento nesse sentido e o primeiro passo para isso seria a confirmação da sigla na equipe de transição do governo Jerônimo. "O partido é composto por várias correntes e é preciso que seja discutido internamente. Precisamos estabelecer um consenso entre as correntes internas", disse uma fonte em condição de anonimato.

 

Além disso, uma outra fonte, ligada ao PT baiano, também informou ao BN que a situação do PSOL é atualmente "a maior dúvida do governo". Segundo as informações, o PSOL pode ter espaço na gestão sendo agraciado com uma secretaria ou superintendência estadual, mas reforçou que o martelo ainda não foi batido.

 

SÓ FALTA O CONVITE?
Atual secretário de comunicação do PSOL e ex-candidato ao Governo da Bahia, Kléber Rosa adotou tom cauteloso sobre a questão. Para ele, não dá para afirmar que existe a possibilidade, porque o governo ainda não fez nenhum tipo de convite formal para fazer parte do governo.

 

"No domingo nós vamos decidir se participaremos ou não da transição. Essa decisão em alguma medida vai refletir as posições diferentes que o partido tem em relação à participação no governo. Não é fato consumado dentro do partido a participação no governo, assim como não está consumado a não participação. É uma questão que ainda está em aberto", disse Kléber Rosa em contato com o Bahia Notícias.

 

A condição imposta por Rosa é que a gestão de Jerônimo aceite os pontos propostos pelo PSOL para o plano de governo petista ao final do primeiro turno.

 

"A minha posição é de estabelecer um diálogo programático com o governo, como condição para a gente decidir estar ou não. À medida em que o governo se tornar aberto ao programa que a gente apresenta, que passa por uma mudança profunda no modelo de segurança pública, que passa por repensar a política ambiental, a valorização do serviço público, e uma série de outros pontos... Se o governo se colocar disposto a atender o nosso programa, esse diálogo se aprofunda, e os limites disso sinaliza fragilidades que para a gente pode comprometer uma aproximação maior com o governo", justificou.

 

Ainda durante a conversa, o ex-candidato disse que a decisão nacional tem peso na posição local, mas não seria um "condicionamento automático". "A possibilidade de uma negação nacional vai influenciar muito no debate que a gente vai fazer, assim como a participação no governo Lula. Mas independente disso, acho que aqui devemos traçar um caminho próprio em que pese similaridades, mas há especificidades que precisam estar na mesa", finalizou Rosa.

 

No plano nacional, o partido pode fazer parte do governo Lula e também já participa da equipe de transição, mas já enfrenta resistência e pode sofrer debandada se embarcar na gestão.


por Anderson Ramos / Gabriel Lopes /BN