
O Ministério Público do Paraná (MP-PR) denunciou, nesta quarta-feira (20), o policial penal bolsonarista Jorge Guaranho por homicídio duplamente qualificado no caso do assassinato de Marcelo Arruda, tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu .
De acordo com os promotores Luís Marcelo Mafra e Tiago Lisboa, o crime foi cometido por motivo fútil, devido às preferências políticas dos envolvidos. No relato dos representantes do MP-PR, Guaranho estava em uma outra festa quando soube do aniversário de Marcelo com o tema do PT e decidiu ir ao local.
“Ele estava com o equipamento de som do seu veículo ligado, reproduzindo uma canção enaltecedora do presidente da República e pré-candidato à reeleição Jair Messias Bolsonaro, com o seguinte refrão: o mito chegou e o Brasil acordou”, relatou Mafra.
Segundo os promotores, Marcelo Arruda teria ido ao carro de Guaranho e pedido para que ele se retirasse. Após uma discussão entre os dois, o petista teria gritado “Bolsonaro na cadeia” e jogou terra na direção do carro do policial penal, que foi embora, avisando que retornaria para “acabar com todos”.
O acusado então retornou à festa com uma arma na mão gritando “aqui é Bolsonaro”. Mesmo após a esposa do tesoureiro, Pamela Silva, ter mostrado seu distintivo de policial para dissuadir o bolsonarista, ele gritou: “petista vai morrer tudo”. Ao ver Marcelo, Guaranho começou a atirar.
Após ser baleado e ir ao chão, Marcelo atirou contra Guaranho, que também foi atingido.
Para Mafra e Lisboa, o fato Guaranho ter dito que voltaria e acabaria com todos reforça a ideia de que, caso Marcelo Arruda não tivesse atirado contra Guaranho depois de ser baleado, poderia ter havido uma chacina no local. Com isso, os promotores concluíram que o petista atirou em legítima defesa própria, da esposa e dos demais convidados da festa.
Ainda conforme informações dos promotores, o homicídio não pode ser tipificado como “crime de ódio”, tendo em vista que a lei só protege grupos em relação a raça, cor, etnia, religião e procedência nacional, sem previsão de “preferência política”.
Por BN