A Escola Municipal José Honorato realizou, nesta quarta-feira (19), a culminância do projeto anual que celebra as raízes e a cultura afro-indígena. O evento, intitulado “Alagodê em festa celebrando nossas raízes e cultura”, foi marcado por um desfile com o corpo docente, alunos e familiares, realizado no campo de futebol do bairro Miguel Velho.
A coordenadora da escola, Gleide Silveira, explicou que a temática é trabalhada há muitos anos na instituição, mas este ano o foco principal foi a contribuição dos povos africanos para a manutenção do meio ambiente brasileiro.
“Hoje, a gente tratou de trazer um pouquinho sobre a contribuição dos povos africanos para a manutenção do nosso meio ambiente aqui no Brasil. Tanto as contribuições de manutenção, como a de ter trazido sementes, animais, plantas e flores que hoje em dia a gente consome, mas muitas vezes não sabemos que vieram desse povo”, afirmou Gleide.
O projeto é trabalhado com alunos do G4 (quatro anos) até o quinto ano (dez anos) através de diversas metodologias, incluindo leitura de textos, pesquisas e viagens de campo. Um dos pontos altos foi a visita às comunidades quilombolas do Cangula eOitero, em Boa União. A coordenadora destacou a importância da ação.
“Foi uma ação muito importante porque muitos dos meninos daqui não tinham noção que existiam essas comunidades quilombolas, qual a importância que ela tem para a nossa cultura, para a nossa história”, disse. Além disso, o projeto incluiu o estudo sobre como os povos indígenas ensinam a manter a natureza, com viagens ao entorno de Alagoinhas para observar as lagoas e o cultivo local.
O desfile, que substituiu a tradicional caminhada, contou com a participação de alunos de todas as turmas. Cada grupo escolar sistematizou a pesquisa realizada ao longo do ano para apresentar à comunidade, que prestigiou o evento.
A aluna do 5º ano, Fernanda Valadares Brandão, aprovou o novo formato. “Gostei dessa nova ação porque antes era caminhada, e a caminhada cansava. Isso aqui é melhor. Também estamos trabalhando na sala sobre racismo e as culturas da África, que sempre têm que ser lembradas”, disse a estudante.
Fernanda ressaltou o impacto dos ensinamentos em seu dia a dia. “Contribui, sim, porque, infelizmente, hoje, muitas pessoas na população são preconceituosas. Sabendo o que é certo e o que é errado, fica melhor para defender até aquelas pessoas que sofrem preconceito”, declarou.
Analu dos Santos, também do 5º ano, não conteve a emoção. “Estou emocionada porque é a primeira vez nossa fazendo desfile aqui. Estava muito lindo. Me emocionei porque a comunidade estava aqui assistindo a gente e por cada música, por cada turma que fez sua parte. Trouxe uma representatividade, e eu me identifiquei”, finalizou a aluna.
Foto: Roberto Fonseca/ Secom/ Alahoinhas



