
O Brasil perdeu R$ 471 bilhões com o mercado ilegal de produtos em 2024, o que representou um acréscimo de 27% no rombo econômico do país no comparativo com o ano anterior, é o que apontam dados do Anuário da Falsificação 2025, feito pela Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF), segundo informações do jornal Estadão.
Segundo matéria do InfoMoney, o setor mais afetado foi o de Bebidas Alcoólicas, que registrou R$ 86 bilhões em perdas com o mercado ilegal. Em seguida, os setores de vestuários e combustíveis completam os principais impactos econômicos, com prejuízos de R$ 51 bilhões e R$ 29 bilhões, respectivamente.
No total em dólar, o percentual de prejuízo cresceu 34% no comparativo entre 2023 e 2024, passando de US$ 66 bilhões para US$ 83 bilhões em perdas para as falsificações, considerando a desvalorização cambial do período.
Confira os mercados mais desvalorizados pela pirataria, contrabandos e falsificações no ano passado:
-Bebidas alcoólicas: prejuízo de R$ 86 bilhões;
-Vestuário: prejuízo de R$ 51 bilhões;
-Combustíveis: prejuízo de R$ 29 bilhões;
-Material Esportivo: prejuízo de R$ 23 bilhões;
-Perfumaria: com prejuízo de R$ 21 bilhões;
-Defensivos Agrícolas: prejuízo de R$ 20,5 bilhões;
-Ouro: prejuízo de R$ 12,7 bilhões;
-TV por Assinatura: prejuízo de R$ 12,1 bilhões;
-Autopeças: prejuízo de R$ 12 bilhões;
-Medicamentos: prejuízo de R$ 11,5 bilhões;
-Materiais Elétricos: prejuízo de R$ 11 bilhões;
-Cigarros: prejuízo de R$ 10,5 bilhões;
-Higiene e Cosméticos: prejuízo de R$ 10,5 bilhões;
-Setor Ótico (óculos, lentes e armações): prejuízo de R$ 10,2 bilhões;
-Celulares: prejuízo de R$ 9,7 bilhões;
-Suplementos Alimentares: prejuízo de R$ 9 bilhões;
-PCs e Softwares: prejuízo de R$ 8,7 bilhões;
-Ferramentas: prejuízo de R$ 8,5 bilhões;
-Sementes Agrícolas: prejuízo de R$ 8,5 bilhões;
-Segmento de luxo (bolsas, relógios e confecções de alta-costura): prejuízo de R$ 8 bilhões;
-Vapers e cigarros eletrônicos contrabandeados: prejuízo de R$ 7 bilhões de reais;
-Alimentos fraudados (Azeites, café, carnes, pescados, leite, etc…): prejuízo de R$ 6 bilhões;
-Extintores e acessórios de segurança: prejuízo de R$ 5 bilhões;
-Capacetes para motociclistas e acessórios: prejuízo de R$ 4,5 bilhões;
-Audiovisual: prejuízo de R$ 4 bilhões;
-Limpeza: prejuízo de R$ 3 bilhões;
-Brinquedos: prejuízo de R$ 2,5 bilhões;
-Materiais Gráficos: prejuízo de R$ 1,5 bilhão;
-Fraudes e falsificações em outros setores da economia: prejuízo de R$ 64 bilhões.
Cigarro
O relatório da ABCF aponta que o setor de cigarros ilegais causou um prejuízo de cerca de R$ 10,5 bilhões no ano passado. O mercado tabagista ilegal continua sendo o mais apreendido no país, representando 40% do total de mercadorias confiscadas em 2024 e 29,4% do prejuízo financeiro no mesmo ano, de acordo com dados da Receita Federal. Apenas no último ano, foram R$ 23 milhões em apreensões de cigarros.
A ABCF ainda indica que as apreensões de cigarros eletrônicos saltaram de R$ 61,8 milhões em 2023 para R$ 179,4 milhões em 2024 — um aumento de 190%. A comercialização destes dispositivos é proibida pela Anvisa desde 2009.
Comércio ilegal online mais que triplica
Ainda de acordo com o levantamento, as vendas online de produtos ilegais triplicaram nos últimos anos. Se antes da pandemia o comércio ilegal pela internet representava cerca de 10% do total de produtos falsificados, o percentual passou para 36% em 2024.
Produtos ilegais vendidos online representam um prejuízo estimado maior a R$ 100 bilhões por ano. Confira os itens mais vendidos ilegalmente online:
-Brinquedos sem certificação do Inmetro;
-Cosméticos e medicamentos sem registro;
-Eletrônicos falsificados;
-Roupas e acessórios de marcas de luxo;
-Bebidas alcoólicas adulteradas.
Por Bahia.BA