Mais de 30 mil animais foram encontrados machucados ou mortos no litoral brasileiro, no ano passado, segundo o Projeto de Monitoramento de Praias (PMP), executado pela Petrobras no Ăąmbito do licenciamento ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais RenovĂĄveis (Ibama). As informaçÔes sĂŁo da AgĂȘncia Brasil.
Nos Ășltimos 12 meses, cerca de 98 espĂ©cies foram monitoradas pelo projeto.
Os estados com maior incidĂȘncia de animais mortos ou debilitados encontrados pelo PMP foram Santa Catarina, ParanĂĄ, SĂŁo Paulo e Rio de Janeiro.
Santa Catarina, por exemplo, registrou 10.915 animais nessa situação; em São Paulo, foram 6.282; no Rio de Janeiro, 5.100, enquanto no Paranå foram 3.375.
A biĂłloga Denise RosĂĄrio, consultora em biodiversidade da Petrobras, que acompanha o projeto, informou que os animais saudĂĄveis nĂŁo sĂŁo contabilizados na pesquisa. Cerca de 88% foram encontrados mortos.
Os animais debilitados sĂŁo encaminhados para tratamento veterinĂĄrio em um dos 24 centros de reabilitação ou unidades de estabilização mantidos pelo projeto, visando Ă reintrodução posterior no seu habitat natural. Cerca de 26% sĂŁo reabilitados e reintroduzidos na natureza, apĂłs tratamento e estabilização do quadro clĂnico.
O sucesso da reabilitação depende, em grande parte, do estado em que o animal Ă© encontrado. Denise destacou que apesar do percentual relativamente baixo, o nĂșmero de animais reabilitados Ă© expressivo, porque retornam Ă natureza e contribuem para a manutenção de suas populaçÔes originais, inclusive de espĂ©cies ameaçadas de extinção.
As aves marinhas sĂŁo as mais atingidas, representando 55,7% dos animais acompanhados pelo monitoramento. Os pinguins-de-magalhĂŁes (Spheniscus magellanicus) formam a maioria. Foram 11.582 encontrados debilitados ou mortos, um nĂșmero 70% maior em comparação aos anos anteriores: em 2021 foram registrados 6.758 pinguins e, em 2020, 5.609 animais. NĂŁo hĂĄ uma explicação definitiva para o aumento.
As tartarugas marinhas tambĂ©m sĂŁo recorrentes no estudo, muitas vezes encontradas machucadas por algum apetrecho de pesca ou debilitadas por ingestĂŁo de lixo. De acordo com os dados, em 2022, foram 12 mil animais, sendo 79% da espĂ©cie tartaruga-verde (Chelonia mydas), somando 9.568 indivĂduos.
O litoral sudeste Ă© o local com maior incidĂȘncia: Rio de Janeiro, SĂŁo Paulo e EspĂrito Santo, com 3.074, 1.590 e 1.647 indivĂduos, respectivamente. O Rio de Janeiro e o EspĂrito Santo sĂŁo ĂĄreas prioritĂĄrias para a reprodução de algumas espĂ©cies.
No Brasil, hå cinco espécies de tartarugas, quatro delas ameaçadas de extinção: tartaruga-cabeçuda, tartaruga-de-pente, tartaruga-oliva e tartaruga-de-couro.
A população pode acionar as equipes de monitoramento ao avistar um animal marinho vivo ou morto, pelos telefones:
PMP-BS Ărea SC/PR e Ărea SP – 0800 6423341
PMP-BS Ărea RJ (Paraty a Saquarema) – 0800 9995151
PMP-BC/ES (RJ) -0800 0262828
PMP-BC/ES (ES) - 0800 0395005
PMP-SEAL (Piaçabuçu/AL até Conde/BA) - 08000-793434 ou (79) 9 9683-1971
PMP-RNCE (RN) - (84) 98843 4621 e 99943 0058
PMP-RNCE (CE) - (85) 99800 0109 e 99188 2137