
CRÉDITO,RICARDO STUCKERT
Enquanto faz encontro amistoso com Lula, desde 2019 Macron troca farpas com Bolsonaro
Em um período de relações conturbadas entre o Brasil e a França, o líder francês, Emmanuel Macron, desafeto do presidente Jair Bolsonaro, recebeu o ex-presidente Lula na quarta-feira (17/11) no Palácio do Eliseu com honrarias reservadas a altas personalidades para discutir temas globais "absolutamente fundamentais", segundo o governo francês.
A chegada de Lula à sede da Presidência francesa contou com a presença da guarda republicana, que marchou e se posicionou na escadaria onde Macron recebe os convidados.
Esse protocolo é "sistemático" para acolher atuais e ex-chefes de Estado, segundo a assessoria do Palácio do Eliseu, além de representantes de grandes instituições internacionais, como as Nações Unidas, e altas autoridades.
No encontro, que durou pouco mais de uma hora, Macron e Lula discutiram inúmeros temas globais e ligados também ao Brasil, à América Latina e à União Europeia, embora Lula não ocupe nenhum cargo público.
Lula e Macron discutiram assuntos "absolutamente fundamentais hoje", afirmou o porta-voz do governo francês, Gabriel Attal, citando a crise sanitária e seu impacto social, a transição climática e a luta contra o desmatamento.
A assessoria da Presidência francesa afirmou ainda que Macron abordou a governança global e o combate às desigualdades.
Em seu perfil no Twitter, Lula disse ter conversado no encontro também sobre a fome e a pobreza, além da integração com a América Latina.
As relações entre os dois países e entre Brasil e União Europeia também fizeram parte das discussões.
Premiação
O encontro no Palácio do Eliseu teve grande repercussão na imprensa francesa, que destacou que a visita a Macron precedeu a reunião de Lula com Jean-Luc Mélenchon, presidente do França Insubmissa, partido da esquerda radical, e candidato às eleições presidenciais em abril do próximo ano.
Na terça-feira (16/11), Lula já havia se encontrado com a prefeita de Paris, a socialista Anne Hidalgo, também candidata presidencial. Macron, por sua vez, ainda não declarou sua candidatura à eleição, que é esperada.
- Daniela Fernandes
- De Paris para a BBC News Brasil