
O líder do Governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), se reuniu com a cúpula do governo pelo menos 11 vezes desde 20 de março. Segundo o deputado Luis Miranda (DEM-DF), foi nessa data em que ele e seu irmão, Luis Ricardo, se encontraram com Jair Bolsonaro para tratar de supostas irregularidades nas negociações da compra da Covaxim, vacina indiana.
Durante depoimento à CPI da Covid, Miranda alegou que, no encontro, Bolsonaro citou o nome do líder do governo na Câmara como possível envolvido no esquema de corrupção. Barros nega envolvimento.
Bolsonaro confirmou ter se reunido com Miranda, mas disse que o deputado não relatou suspeitas de corrupção. O presidente não confirmou nem negou ter se referido a Barros na reunião.
Entre os dias 20 de março e 9 de julho, Barros esteve quatro vezes com Bolsonaro, de acordo com agendas de autoridades. O levantamento é do Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias. Dois encontros foram privados e dois com presença de mais pessoas.
A primeira reunião com Ricardo Barros foi no dia 22 de março, dois dias após Bolsonaro ter conversado com Miranda. Segundo o Metrópoles, a agenda durou 15 minutos e contou com a presença de Luiz Eduardo Ramos, então chefe da Secretaria de Governo, e líderes do Governo no Congresso, Eduardo Gomes (MDB-TO), e no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE).
Em 24 de abril, o encontro entre Barros e Bolsonaro durou 20 minutos, no gabinete do Planalto. Segundo os registros, os dois estavam a sós. Situação que se repetiu em 17 de maio, por 25 minutos.
No dia 25 de maio, Barros participou de uma reunião com Jair Bolsonaro e outras autoridades. Ele teve, ainda, outras seis agendas com a chefe de Secretaria de Governo, Flávia Arruda. A ministra atua na articulação entre Executivo e Legislativo.
“Tomamos essa iniciativa de maneira formal, tendo em vista que no dia de hoje, após 13 (treze) dias, Vossa Excelência não emitiu qualquer manifestação afastando, de forma categórica, pontual e esclarecedora, as graves afirmações atribuídas à Vossa Excelência, que recaem sobre o líder de seu governo”, diz o texto assinado por Omar Aziz (PSD-AM), presidente da Comissão.