sábado, 21 de novembro de 2020

Em protesto contra racismo, coletivo pinta ‘vidas pretas importam’ em pista da Av. Paulista

 

Em protesto contra racismo, coletivo pinta ‘vidas pretas importam’ em pista da Av. Paulista
Foto: Reprodução / Globo News

Em manifestação contra o assassinato de João Alberto Silveira Freitas , integrantes do Coletivo Arte 1, de São Paulo, pintaram a hashtag “#VidasPretasImportam” em uma das pistas da Avenida Paulista, o principal corredor da cidade. A pintura começou na noite desta sexta-feira (20) e terminou por volta das 5h da manhã deste sábado (21).

 

Conforme informações do portal G1, os manifestantes contaram com o apoio da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), que fechou parte da avenida, no sentido Rua da Consolação, para que os pintores pudessem trabalhar durante a madrugada.

 

Protestos antirracistas foram vistos em diversas cidades do Brasil nesta sexta. Em São Paulo, manifestantes atearam fogo em uma loja da Carrefour. Em Porto Alegre, a manifestação começou pacífica, mas terminou em confusão, após atos de vandalismo no supermercado onde ocorreu o crime. No Rio, um protesto fechou uma das unidades da empresa.

 

Repercussão internacional

A imprensa estrangeira repercutiu o caso. “The Wahsington Post”, dos Estados Unidos, constatou que José Alberto foi “selvagemente espancado”, enquanto o diário argentino “La Nación” comentou que o Brasil vive uma “onda de indignação” após um “espancamento brutal” em um supermercado.

 

O diário espanhol “El País” contou que o crime ocorreu em “uma cidade do Brasil mais branco”, se referindo a Porto Alegre, e também repercutiu a fala do vice-presidente Hamilton Mourão, que afirmou que “não existe racismo no Brasil” .

 

O francês “Le Parisien” comentou que “é um excesso de emoção e de raiva que se expressa atualmente no Brasil”, lembrando também que o grupo Carrefour tem origem na França. A revista “Der Spiegel”, da Alemanha, afirmou que a “discriminação a pessoas negras é generalizada no país sul-americano”.